O que é a menstruação?

10 fevereiro, 2025

  
        ciclo reprodutivo da mulher é o intervalo de tempo que vai do primeiro dia da menstruação até o dia anterior à próxima menstruação. Esse período, chamado de ciclo menstrual, varia de mulher para mulher e pode até mudar de um mês para outro. Enquanto algumas têm ciclos regulares, outras podem apresentar variações, o que é completamente normal.

    Já a menstruação é o sangramento que ocorre quando não há fecundação. Ela é resultado da descamação do endométrio, a camada interna do útero e que estava preparada para receber uma possível gravidez. Embora seja raro, engravidar durante a menstruação não é impossível, já que o corpo humano não funciona como um relógio. Por isso, é sempre bom usar métodos contraceptivos se a gravidez não for desejada.


        menstruação muitas vezes vem acompanhada de cólicas, que podem ser bastante incômodas. A prática de exercícios físicos é uma ótima maneira de aliviar esse desconforto, além de trazer outros benefícios para a saúde. Outro aspecto comum durante esse período são as mudanças na pele, como o aparecimento de acne e o aumento da oleosidade, que podem ficar mais evidentes nessa fase. Além disso, muitas mulheres sentem inchaço no corpo devido à retenção de líquidos, causada pelas alterações hormonais. Para ajudar, sessões de drenagem linfática e a manutenção de uma rotina de atividades físicas são recomendadas.

    Outro desconforto bastante conhecido é a TPM (Tensão Pré-Menstrual), que pode causar sintomas como inchaço nos seios, pernas e abdome, além de indisposição e alterações de humor. Esses sintomas variam de intensidade de acordo com cada mulher.


 É importante ressaltar que, independentemente das particularidades do ciclo menstrual, consultar um ginecologista regularmente é essencial para garantir que a saúde ginecológica esteja em dia.



Referências:

  1. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

  2. Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP).

  3. Ministério da Saúde - Guia de Saúde da Mulher.


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Reflexões sobre o Atendimento Ginecológico

6 fevereiro, 2025

Hoje me deparei com um vídeo que retrata, de forma cômica, o chamado "médico tóxico", um tema que tem ganhado espaço na internet. Achei a abordagem genial, especialmente porque reflete uma realidade cada vez mais comum: a de médicos que, por diversos motivos, acabam se tornando menos atenciosos, impacientes e, em alguns casos, desumanos. Essa é uma queixa que tenho ouvido com frequência no meu consultório, tanto de pacientes quanto em relatos de colegas.

Como ginecologista, entendo que a consulta ginecológica carrega um peso emocional e psicológico significativo para as pacientes. É um momento que envolve exposição física e, muitas vezes, emocional. Por isso, é doloroso ouvir relatos como "o médico não me examinou", "ele foi grosseiro" ou "a médica me machucou". É inconcebível que uma paciente saia de uma consulta com essa impressão.

No entanto, o que mais me chamou a atenção no vídeo — e que também tenho observado no meu dia a dia — é o espanto de algumas pacientes quando informo que vou examiná-las. É real: muitas se surpreendem quando peço permissão para examinar um corrimento ou quando sugiro um exame preventivo completo durante uma consulta de rotina. Recentemente, atendi uma paciente que me disse: "Dra., tenho 44 anos e é a primeira vez que examinam minhas mamas". Outra, com corrimento de repetição, relatou: "Nunca pediram para olhar, só me passam pomada e me liberam".

Esses relatos são preocupantes. Aos colegas que agem dessa forma, é importante lembrar que a negligência no exame físico não só compromete a qualidade do atendimento, mas também pode levar a diagnósticos tardios ou incorretos. Desde os primeiros anos da faculdade de medicina, aprendemos que o exame físico tem um potencial diagnóstico que pode chegar a 80% de acurácia. Ignorar essa ferramenta é, no mínimo, irresponsável.

Também é preciso refletir sobre os sistemas de saúde e as instituições que, em muitos casos, impõem metas completamente distantes da realidade, que não favorecem um atendimento adequado. Há lugares onde o médico dispõe de apenas 10 minutos para realizar uma consulta. Como isso é possível? Especialmente na ginecologia, onde os procedimentos exigem tempo e cuidado, e as pacientes precisam de um ambiente seguro para se despir e se sentir confortáveis. Apesar das reclamações, o sistema parece não mudar.

Diante disso, fica a reflexão: não podemos nos deixar vencer pelo cansaço, pela pressão por metas inalcançáveis ou pela falta de recursos. Precisamos buscar, diariamente, aprimorar nossa atuação, mantendo o compromisso com a ética, a humanização e a qualidade do cuidado. Não podemos permitir que a negligência, a imperícia ou a imprudência se tornem parte da nossa prática.

Que possamos, sempre, honrar o juramento que fizemos à medicina, colocando o bem-estar e a dignidade dos pacientes no centro do nosso trabalho.